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Sem nome para um texto assim!

(texto ainda não revisado, pode conter erros e frases sem nexo algum)

Ela me dizia que estava tentando. “Tô tentando ser melhor, eu tô tentando!” e eu acreditava. Quando alguém treme e grita, deixa o catarro escorrer do nariz pra dentro da boca e os cabelos parecem flashes estáticos você tem que acreditar. Eu queria que a gente vivesse em paz, pudesse fazer planos, ter um filho, talvez. Ela não participava muito das minhas ideias, nem dos meus sonhos, era como se estivesse só ocupando o espaço da mulher que eu gostaria de ter, mas não tinha. Tive, mas ela virou uma maluca. Eu pedia “por favor, relaxa” e ela arremessava facas na porta. Caralho, facas na porta! Só que ela não era atiradora de facas nem tinha nenhuma outra habilidade circense, então as lâminas fodiam a madeira e voavam em direções aleatórias, marcando móveis, estragando o assoalho, quebrando espelhos e tudo mais. Facas, cara…

No dia seguinte ela acordava assustada, tomava banho e eu fingia dormir porque era o melhor que eu podia fazer por mim mesmo. Depois que saia era outra mulher, calma e arrependida, pedindo desculpas pela bagunça, prometendo pagar uma porta nova, mas isso nunca durava. Logo depois vinham os ataques incendiários com desodorante e isqueiro. Queimava o carpete, minhas roupas, a cortina, gritava descontrolada e queimava coisas com seu lança chamas caseiro da Nivea. Minha namorada queimava as cortinas com um desodorante, cara. Imagina isso! Tinha também o negócio dos copos. Ela se acalmava e dizia que precisava se ocupar, aí pegava um monte de copos de vidro (ela nunca fez com os de plástico, óbvio) e tentava fazer pirâmides. Ela era jovem na época, tinha menos de 30, mas quando tentava construir a pilha parecia ser acometida por um súbito Mal de Parkinson e derrubava tudo. Tinha vidro quebrado na casa toda. Vidros!

De noite ela aparecia mansa e macia, beijava meu pescoço e jurava que não era louca. “Foi só um estresse momentâneo” e me pedia perdão. Se não era no modo autodestrutivo, se mijando toda e arranhando os próprios braços com a cara melada de catarro, era assim, sensual e lasciva que tentava fazer as pazes. Esfregava as pernas nas minhas e vinha deslizando o corpo no meu, me beijando, me amando e dizendo que agora estava tudo bem. A gente transava com uma intensidade única que eu nunca mais experimentei com mulher nenhuma, mas depois de tudo eu não conseguia dormir. Ficava em dúvida sobre o que fazer do nosso relacionamento, que tipo de profissional contratar para curar aquela loucura diária e custava a pegar no sono. De repente acordava com barulho de água correndo e saia pela casa procurando qual era o ralo que ela tinha entupido. Sempre tudo nessa exata ordem. Na última vez enfiou uma porção de meias dentro do box e ligou o chuveiro. Deixou um recado no bafo do espelho: “fui comprar mais copos, os antigos quebraram sem querer”, e eu fiquei com medo de ela voltar a tempo de me encontrar ali.

Espalhei as facas pela sala, tirei as meias do ralo, fechei o registro da água, abri o gás no fogão, botei uma roupa, peguei a carteira o telefone e a chave de casa, verifiquei o gás que continuava aberto nas quatro bocas e no forno, acionei a torradeira com timer de cinco minutos e saí correndo. Desci pela escada, corri pelo hall do prédio, gritei pro Seu Francisco ligar pra polícia e fui embora, tipo Forrest Gump, até não aguentar mais correr. Às vezes tudo o que a vida precisa para entrar nos eixos são cinco minutos de insanidade indomável e um pouco de coragem para tomar decisões radicais. Hoje eu sou muito feliz!

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Que se abra!

(Estou enferrujado, esse é só para aquecer e voltar…)

Saiu de casa cedinho, não devia ser nem 6h da manhã, numa quinta-feira sonolenta, fria, nublada, úmida, nem um pouco atraente a quem quer que fosse. Os cachorros vadios não estavam lá. Os gatos selvagens deviam estar dormindo debaixo de alguma garagem, algum telhado quente, junto com morcegos, aranhas e pombas, porque não tinha nenhum ser vivo na rua. Nem bicho, nem gente. Chinelos Havaianas tamanho 36, canelas calejadas, pernas finas e lisas, peladas, que terminavam dentro de um vestido de mangas de cor crua, cor de nada. Cabelos presos em formato de bola por trás de um cocar indígena de penas fartas e tramas bem costuradas, a pele arrepiada pelo frio, uma vela acesa em uma mão, um galho grosso de árvore na outra. Tinha 16 anos, a menina, na época. Ontem.

Caminhou pela rua até o fim, até onde o asfalto ganhava formato de gota, num círculo de casas com os portões voltados para o centro. “Rua sem saída”, dizia a placa amarela na esquina a poucos metros dali. A vela, durante os passos no escuro, servia como uma lanterna das antigas, mostrando o pouco de chão que se apresentava nos próximos metros. Quando chegou no centro do fim da rua perdeu algum tempo, indefinido, olhando para longe, como se pudesse ver além da escuridão, dos postes queimados, dos muros das casas, das fronteiras da cidade, do mundo inteiro e do tempo que a vida tem pra viver. Viu além e colocou a vela acesa no chão. O fogo não se abalou.

O galho grosso era segurado, agora, com as duas mãos, à frente do corpo, em uma posição horizontal na altura do peito, com sua extensão perpendicularmente alinhada com o centro da chama da vela. Fechou os olhos, mesmo que o escuro já a tivesse privado de qualquer paisagem, e começou a dizer coisas. “Pelo homem que assistiu à reunião. Pelo tipo de gente que anda com as mãos no chão e os pés no céu. Pelo animal que tinha tempo demais para gastar e preferiu morrer. Pelas flores pretas do jardim do além. Pelas árvores que nascem com raízes azuis.” Seguia recitando uma espécie de agradecimento. Uma lista enorme de nomes decorados que mereciam uma menção durante seu ritual.

Era uma garota de 16 anos, na madrugada de um dia frio e úmido, no ano de 2013, no início de outubro, com uma vela acesa colocada sobre o asfalto no fim da rua de sua casa, segurando um cajado de madeira falando sobre criaturas, acontecimento e pessoas que não cabem no espaço da fenda da porta do mundo real. Não eram reais, para nós, mas eram alguma coisa e isso bastava para fazerem parte daquilo. Enquanto falava, a chama da vela crescia, cada vez mais alta, fina como uma linha luminosa levantando na escuridão. De repente sua voz adquiriu ares de fúria, como se desse broncas ou acertasse contas com alguém. “Pelos que são de ontem. Pelos que viram o que não vi. Pelos que são o que são. Pelos que vieram para ir. Pelo que foram para mais além de ontem. Pelo ontem que nunca será hoje, nem amanhã, nem eternidade.” E seguia falando, cada vez mais rápido, mais ríspida, mais alto, com a chama mais perto do cajado.

No exato momento em que o fogo em formato de linha tocou a madeira, ela segurou a cabeça do cajado com a mão direita, num movimento rápido e preciso, girando o galho sobre sua cabeça algumas vezes para, no fim, segurá-lo com as duas mãos e bater com a ponta no chão, com força, esmagando a vela em sua totalidade, sem errar, sem cair para fora, sem espaço para imprecisões: “QUE SE ABRA!”, berrou com toda força que sua garganta e seus pulmões puderam imprimir. O cajado tocou no chão, as calçadas se afastaram, os carros estacionados saltaram para o alto em um ballet descoordenado de destruição,  com barulho de metais retorcendo, vidros quebrando e a rua se abrindo ao meio em um buraco visceral como um corte de faca cega.

Era o inferno lá  no fundo, com luzes alaranjadas e líquidas dançando por todo lado, enquanto o bairro todo se retorcia numa onda sísmica que não ia parar. E foi se alastrando, levando o resto da cidade, abrindo cada vez mais, levando lagoas, mares, montanhas e paisagens inteiras. Árvores, fotografias e histórias, tudo sumindo no terremoto mais ráp0ido que já existiu. No fim uma onda se encontrou com a outra, do outro lado do mundo, se chocaram com força e velocidade equivalentes e assim como a física mandou que fosse, voltaram pelo mesmo caminho que foram. Tudo foi voltando ao lugar, as destruições se arrumando, os vidros quebrados se juntando em poeira no ar até formarem janelas, casas, prédios, rios inteiros e no fim, fechando a cratera aberta no meio da rua como se nada houvesse acontecido.

Ela olhou ao redor e não viu nada nem ninguém. “É, funciona”, disse curiosa, antes de caminhar com os chinelos úmidos, o cajado com a ponta suja de parafina branca e os cabelos soltos deitados nas costas até arrastaram no chão por trás dos calcanhares, surgindo da cabeça adornada pelas penas de pássaros que já não existem mais, presos num cocar de índio do futuro que não pertencem à nossa história. Ninguém viu. Ninguém ouviu, Ninguém soube. Mas só de estar escrito, já é real.

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A festa

Da rua já dava para ver a sala toda acesa, com as cortinas amareladas na luz da lâmpada quente e umas sombras zanzando, um pessoal segurando coisas e tudo mais. Festa em casa. Abri o portãozinho da rua, daqueles baixinhos que só servem de enfeite, porque qualquer criança de menos de 1 ano de idade já seria capaz de abrir ou pular por cima sem muita dificuldade. Abri a porta e a primeira coisa que vi foi o panetone de 5 kg na mesa da sala, com uma vela de macumba fincada bem no meio, quase como uma estaca, e um senhorzinho de uns 250 anos sentado logo atrás daquele conjunto bizarro, esperando momento de acenderem o pavio.

Todos me olharam com uma cara estranha, como se eu tivesse chegado bem no meio de alguma coisa muito importante, mas logo voltaram a se concentrar na mesa de docinhos, quitutes e o puta panetone gigante no centro. A vela era vermelha da metade para baixo, preta da metade para cima e eu, por pura falta de vocabulário, paciência e conhecimento, repeti para mim mesmo, mentalmente: “isso é uma vela de macumba enfiada num panetone de Itu”, e saí da sala. Não fazia a menor ideia de quem era aquele senhor muito muito muito velho, mas meu avô não era, esse já morreu.

Cheguei na cozinha e tive aquela estranha sensação de estar sendo confundido com alguém, ou de ser reconhecido por alguém que te “carregou no colo” e agora não pode acreditar que você já tem pelos na cara, debaixo do braço, no saco, e ganha dinheiro trabalhando em algum lugar honesto. Uma mulher de cabelos pretos cacheados, tipo permanente dos anos 80, bem gordinha, daquelas que, segundo o médico, deveriam pesar 50 kg, mas estão beirando os 90 kg, me abraçou bem forte. Tinha aqueles braços de moças polenteiras, que ficam com os bíceps parecendo rochas e os tríceps parecendo uma rede de descanso pendurada em pilastras próximas demais.

Reencontrar parentes que você não lembrava ou não sabia que tinha é sempre um momento esquisito. Era sexta-feira, eu tinha acabado de chegar do trabalho e, de repente, estava rolando um aniversário suspeito com um monte de parentes desconhecidos e eu pude fazer toda essa análise do cenário enquanto era apertado pela moça gordinha. Na boa, cadê a minha mãe nessa porra? A gorda disse que eu cresci, disse que eu estava bonito, disse que não me via há muito tempo e depois chamou o marido, que me deu um aperto de mão mais forte do que o necessário, balançou meu braço mais forte do que o necessário e me disse que tinha me carregado no colo, mas que eu não ia lembrar. O casal, ela muito gorda, ele quase um palito de tão magro, estavam nitidamente alcoolizados e as outras pessoas na cozinha me olhavam com certo ar de vergonha e constrangimento.

Eu estava varado. Entrei no trabalho às 14h da quinta-feira e saí às 19h da sexta. Não estava raciocinando bem, não entendia o evento e nem conhecia as pessoas. De repente percebi que no rádio tocava o CD novo do Lulu Santos, só com versões do Roberto e do Erasmo e, por um segundo, senti uma nostalgia mórbida entrar por dentro do meu nariz. A casa tinha cheiro de leite de rosas. Subi as escadas e ao tentar entrar no meu quarto a porta estava trancada. Bati grosseiramente com a lateral do punho fechada e ouvi duas vozes femininas dizendo que já estavam quase prontas. Ótimo, minha mãe deve ter dado meu quarto pra alguém se fantasiar de gente bonita. O quarto dela também estava trancado, mas eu não precisei ser muito inteligente ou bater na porta para sacar o que estava rolando. Sexo!

Eu conhecia o som das molas da cama da minha mãe, já tinha transado naquela cama inúmeras vezes durante as viagens dela e, definitivamente, alguém estava mandando ver. Torci para não ser ela, mas a voz era realmente diferente. O cara dizia coisas como “quem é o pai? Fala pra mim quem é o pai aqui?” e a mulher respondia com a voz falhada e muito aguda, “é vocêêêêêêêíííííííííííííííí” como uma chaleira com a água já fervida. Vish. Saí dali sem questionar muita coisa. Quando desci as escadas todo mundo estava cantando parabéns. Mas era uma versão gringa. Não sabia se estava ouvindo direito, mas parecia alguma coisa europeia, um parabéns em russo, ou polonês, ou húngaro, mas no ritmo do parabéns brasileiro. Estava realmente complicado para mim.

O vovô agora usava óculos de sol e batia palmas e eu previa que a mão dele cairia a qualquer momento, mas não aconteceu. Quando ele finalmente soprou a vela, ao invés de a chama apagar, fez-se uma labareda colossal dentro da sala, como aquelas dos malabaristas de fogo, que foi ovacionada com muitos assovios, palmas e gritos, seguidos de um coral que batia palmas ritmadas gritando “dra-gão, dra-gão, dra-gão” e eu já não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Cadê minha mãe nessa porra? Fui procurá-la no quintal do fundo e tinha uma galera um pouco mais velha que eu tomando cerveja e comendo frango, um frango assado, estranhamente equilibrado num prato sobre uma baqueta de madeira muito bamba. Eles comiam com a mão e o tempo todos as garrafas pareciam escorregar. Um rapaz com fiapos de frango preso na barba me perguntou, ainda de boca cheia: “quer frango, brother?” e eu apenas saí.

Atravessei a cozinha onde o casal gordinho bebia shots de álcool Zulu 46% num copo de requeijão, passei pela sala onde agora todos dançavam em casais as músicas românticas do Roberto Carlos na voz carioca do Lulu Santos, e cheguei de volta até a frente da casa, onde o silêncio da rua parecia quase um milagre. De repente vi minha mãe, do outro lado da rua, no portão, conversando com uma amiga. Ela estava na nossa casa o tempo todo, mas eu não.

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Fogo n’água

Era fácil porque era errado. Se fosse coisa certinha, se fosse do jeito que o mundo manda, não seria tão natural. Mas não, era criminoso, era imoral, era novidade, então era mamão com açúcar para nós. São Paulo parecia uma menina safada, com suas ruas molhadas, sua garoa persistente, suas esquinas luminosas, janelas entreabertas e seus prédios residenciais promovidos a micro cidades verticais. Eu estava prestes a cruzar uma fronteira.

“Treck!” fez o portão automático e eu o empurrei para dentro. Bati e, logo em seguida, outro “treck!” anunciava a abertura do segundo portão. Caminhei para uma porta de vidro, empurrei, ela rangeu, senti meus pés pisarem carpetes, tinha uma grande mesa com revistas e cartas, dois elevadores com aquela janelinha de grade, do tipo antigo e eu esperei. Olhei ao redor procurando a escada, mas não achei. Foda-se, “é no primeiro andar, mas vamos de elevador” pensei conversando comigo mesmo. Subi.

O porteiro já havia anunciado a minha chegada e quando a porta do elevador abriu ela já estava lá, me esperando, com uns shorts tipo aqueles de lutar boxe, uma camiseta com cara de pijama moderninho, meias e polainas. Tava tudo bem, mas as polainas me incomodaram um pouco. Foda-se, não estava tão ruim. Fui entrando e conheci a cozinha, a sala, o quarto de um cara que não estava, a porta do quarto de uma menina que estava dormindo e, finalmente, o quarto dela. Naquele prédio/microcidade cada apartamento era uma rua e cada quarto uma casa inteira.

Lá dentro, uma cama, um guarda-roupas aberto, um mancebo segurando casacos, cachecóis coloridos, uma prateleira com fotografias, um criado mudo tomado por livros e um par de olhos atentos decifrando minhas reações enquanto adentrava aquele universinho tão particular. Ela veio na minha direção, me abraçou, sorriu olhando para a minha boca, bem de pertinho, depois foi até a porta e a fechou, sem trancar. “Não vai trancar?” perguntei apreensivo. “Não precisa, ninguém vai entrar enquanto você estiver aqui”, respondeu, e depois apagou a luz, para revelar uma porção de luzinhas de natal amareladas ao redor da cama, iluminando o mundo todo naquele cubículo.

“Quer ouvir uma música?” me perguntou em tom de sentença. Do notebook sobre a cabeceira a luz branca quebrou o clima por um segundo e antes que eu pudesse pensar em algo começou a tocar Feist. “Fire in the water… eu amo essa música”, contou, antes de, sem aviso e cerimônias, tirar a blusa e revelar o tronco nu. A figura feminina, doce e delicada, naquele momento, se tornou incisiva e autoritária. Eu me senti intimidado pelo gesto e, por puro instinto, tirei minha camisa também.

Acho que estava nítido no meu rosto que aquela situação me deixava nervoso. “Tudo bem!” ela disse, como se lesse meus pensamentos. Depois veio, me beijou com calma e eu sentia seu peitos apertados contra o meu corpo. Deitamos na cama, meio desajeitados, deslizando para trás, tirando as roupas que a gente alcançava e o que eu via era um corpo magro e macio desenhado em luzinhas natalinas jogadas pelo chão. Me apaixonei dali pra frente, cada vez mais, a cada segundo. Era errado, proibido, não recomendável e eu estava completamente envolvido.

Já montada sobre mim, me apertando a cintura com a força das pernas, das coxas duras, se pôs a dançar comigo dentro de si, de olhos fechados, com as mãos atrás do pescoço, num sexo que nunca ninguém havia feito comigo antes. Eu transcendia e tinha “fire in the water” pra todo lado, com os contornos amarelados desenhando todo um quarto novo, todo um mundo novo e eu participando de escravo espectador. Depois se curvou, me deu um beijo e me disse coisas. Dentre elas, “vai ser o melhor sexo da sua vida! Afinal… a gente não está fazendo nada permitido, não é mesmo?”, para, no segundo seguinte, me envolver com braços e pernas numa trepada que durou semanas naquele mundinho particular.

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